Criar um Site Grátis Fantástico
A Humilhação no Ambiente de Trabalho
A Humilhação no Ambiente de Trabalho

 

A Humilhação no Ambiente de Trabalho

  Em seu artigo 'Humilhação no Ambiente de Trabalho', a consultora Viviane Rodrigues ensina como lidar com o Assédio Moral nas relações profissionais.
 
 
A Humilhação no Ambiente de Trabalho

Que fiz eu para merecer tamanho castigo? 

“Uma palavra contundente 
é algo que pode matar ou humilhar, 
sem que se sujem as mãos. 
Uma das grandes alegrias da vida 
é humilhar seus semelhantes.”  
                                                         Pierre Desproges 

Seu chefe ou seu colega de trabalho não lhe cumprimenta e não fala mais com você? Ele desvia o olhar quando você se aproxima? Atribui a você “erros imaginários”? Bloqueia o andamento dos seus trabalhos? Manda cartas de advertência protocolada? Impõe horários injustificados? Pede trabalhos urgentes sem nenhuma necessidade? Dá instruções confusas e imprecisas? Ignora sua presença na frente dos outros? Fala mal de você em público? Transfere você do setor para lhe isolar? Não mais deixa que você lhe dirija a palavra? Age como se você não existisse? Você é menosprezado ou ridicularizado na frente de todos? ... huum... 

Muitas vezes acontecem situações em nosso dia-a-dia de trabalho que já virou algo natural, mas que nos agridem profundamente e não entendemos porque isso acontece e como é possível defender-se frente a isso.

Devido ao grande índice de desemprego e à intensa competitividade no mercado de trabalho, quase sempre deixamos de lado essa sensação desconfortante e preferimos não tocar no assunto para não passar a imagem de ser uma pessoa fraca e reclamona e até muitas vezes gerar motivo para ser dispensado ou, em outros momentos, preferimos nos calar para não abrir mais feridas em nós ao relembrar de fatos tão constrangedores e dolorosos. 

Sei que é difícil falar disso, mas você já sofreu ou vem sofrendo humilhação ou abuso emocional no local de trabalho? Você sofre Assédio Moral? 

Talvez nem você mesmo saiba que o que passou ou vem passando caracterize uma agressão, passível de indenização, conhecida como Assédio Moral (mobbing). 

Assim, citarei algumas situações que caracterizam o Assédio Moral para que você possa tirar suas dúvidas. 

SITUAÇÕES QUE RETRATAM O ASSÉDIO MORAL... 

**Quando o empregado goza de estabilidade ou de alguma garantia no emprego e passa a sofrer discriminação, rigor excessivo, provocações, inação forçada; é obrigado a executar serviços superiores às suas forças, vexatórios ou distintos daqueles relacionados às suas funções; 

**Quando há ação movida pelo empregado contra o empregador: neste caso quando aquele não é despedido, não raro passa o empregador ou seu preposto a infernizar a vida do demandante, através de uma infinidade de expedientes, sendo ainda muito freqüente a preterição em promoções, rebaixamento de fato de funções, retorno às funções originais etc; 

**Despedidas, antecedidas de atos humilhantes (sala trancada, pertences pessoais na porta, gavetas esvaziadas, repreensão pública, circular interna); 

**Pôr o empregado pela qual se nutre uma antipatia a trabalhar em espaço exíguo, mal iluminado e mal-instalado; 

**Tarefas e objetivos irrealizáveis; 

**Ameaças constantes de dispensa, coletiva ou individual; 

**Superior hierárquico que põe sempre em dúvida o trabalho e a capacidade do obreiro; 

**Chefe que trata seus subordinados rudemente, com agressões verbais e sistemáticas; 

**Empregado que é vítima de comentários maldosos de ordem sexual, racial ou social; 

**Inação forçada, transferência de funções e de local de trabalho e congelamento funcional àquele funcionário que retorna de licença médica ou de outra natureza; 

**Transferência de local de trabalho, com o objetivo de desestabilizar o empregado; 

**Desconsiderar a vítima; isolá-la; impedi-la de se exprimir; desacreditá-la no seu trabalho; acusá-la de paranóia, se ela tenta se defender; 

**Gozações sobre o jeito da vítima de ser ou sobre seus pequenos defeitos (supostos ou reais); 

**Ataques à sua vida privada (família, reputação); 

**Ridicularizações, boatos (exemplo das mulheres bem-sucedidas: “ela alcançou tal posto porque dormiu com seu chefe...”); 

**Jogos de subentendidos que todos compreendem, mas contra os quais é quase impossível de se defender; 

**Obrigação de desempenho de atividades claramente superiores ou inferiores à sua capacidade; 

Se algum dia, por um certo período de tempo (uma vez por semana durante uns 6 (seis) meses, pelo menos) você passou por uma dessas situações, esteja certo de que sofreu Assédio Moral.

Nem todo assédio é sexual, hoje muito enfocado na mídia, este trata-se apenas de uma das práticas do Assédio Moral e uma das formas pelas quais um empregado é tornado joguete de mecanismos perversos que a “flexibilização” do trabalho exacerbou e o fantasma do desemprego hoje alimenta. O assédio sexual caracteriza-se por agressões físicas, geralmente entre um chefe e uma empregada. Já o Assédio moral causa violência moral ou psicológica no assediado e é um mecanismo que manipula a insegurança e a culpa das vítimas, deixando-as incapazes de reagir, ou até de perceber o alcance da destruição que as atinge. 

O Assédio Moral, segundo a maior pesquisadora do assunto, no mundo, a psiquiatra francesa Marie-France Hirigoyen, é a violência pela qual o indivíduo pode destruir o outro sem que haja uma gota de sangue ou um gesto mais brutal, cometer um verdadeiro assassinato psíquico sem que os que estão ao seu lado sequer percebam. 

O “psicoterror”, como também é chamado, pode destruir uma pessoa em apenas uma semana e dependendo da situação, muitas vezes o suicídio se torna a única saída para o assediado. 

Caracteriza-se por ser uma exposição prolongada e repetitiva do trabalhador a situações humilhantes e vexatórias no trabalho, e se processa em palavras, gestos, ações ou omissões que, isoladamente, são insignificantes, ou aparentemente sem importância, mas cuja perversidade e permanência aniquilam e destroem.

É uma prática em que o chefe procura, de alguma forma, desestabilizar o seu empregado. E, para isso, usa de todos os meios possíveis e imagináveis. O primeiro deles é isolar o trabalhador. Ex: tira o telefone, tira o computador, não lhe dirige a palavra, retira-o de todas as reuniões importantes... e também passa a difundir comentários maliciosos sobre o empregado. Soube, inclusive de uma história em que a pessoa ficou trancada numa sala, sem janela, sem telefone e sem computador. E ficava lá, trabalhando durante horas. 

Normalmente, o “psicoterror” é feito de uma forma sutil. O chefe ou o agressor jamais chegará diretamente para o assediado e dirá: “Eu não gosto de você, vou demiti-lo”. Então, no início, o assediado chega a achar que é brincadeira, pensa que não é nada grave. Que o chefe ou o amigo de trabalho anda muito estressado. Só quando a vítima começa a sofrer é que percebe que a situação é séria e neste momento já está instaurado o Assédio Moral.

Em geral, o Assédio Moral ocorre porque o assediador percebe que o assediado se destaca mais do que ele no trabalho, é mais eficiente e competente, e, portanto, necessita neutralizá-lo. E a maneira encontrada pelo perseguidor para acabar com a outra pessoa é usar seu cargo superior para atingi-lo moralmente.

A diferença de quem assedia para um chefe verdadeiro é que o primeiro quer todos os holofotes, quer ser reconhecido e admirado pelos outros. Além de não ouvir ninguém e achar que a única opinião que vale é a dele. O agressor é uma pessoa extremamente insegura e invejosa e que não admite jamais seus defeitos. 

Um dos agravantes do Assédio Moral é quando a situação em si chega a ultrapassar os muros da corporação, quando p.ex. a família do assediado passa a receber telefonemas afirmando que o desempenho do empregado já não é mais o mesmo ou quando ao procurar um outro emprego o antigo chefe – ex-assediador – transmite só informações erradas ao novo empregador a respeito do assediado. Pode se tornar uma perseguição pessoal, e não apenas profissional. A pessoa passa a constar na lista negra do chefe e, mesmo depois da demissão, continua sofrendo.

Quase sempre quem sofre a perseguição é uma pessoa inteligente e competente. Dificilmente o assediador escolhe uma pessoa fraca pois acredita que seus verdadeiros inimigos são as pessoas mais fortes. Ele jamais se sente ameaçado por alguém incompetente, que quase não vai ao trabalho. . . 

Por um acaso já está dizendo a você: “Nossa! Eu já vi e ouvi isso, muitas vezes...”, relacionando-o a fatos que viu sem perceber sua gravidade e importância? Isso é natural, dificilmente uma pessoa não tenha passado por uma situação de Assédio Moral em uma das fases da sua vida, seja no ambiente de trabalho, familiar ou social. Se começarmos a prestar mais atenção na maneira como muitas vezes as pessoas nos tratam ou a forma como nós tratamos as pessoas, perceberemos que essa manipulação emocional está muito presente em vários momentos do nosso dia-a-dia e depois não entendemos porque está tão complicado o nosso relacionamento interpessoal... 

Esse terror emocional no trabalho existe há muito tempo, mas o que assusta nos últimos tempos é que tudo indica que quase todos os trabalhadores parecem estar correndo riscos de serem seriamente assediados em suas carreiras, talvez mais de uma vez. 

O “psicoterror” é um assunto que atinge o mundo todo, e segundo estudos da União Européia, só em 1995, 12 (doze) milhões de trabalhadores foram vítimas de atos de intimidação e de trotes. Já a OIT (Organização Internacional do Trabalho) divulgou um relatório em novembro de 2000, registrando que 53% dos empregados na Grã-Bretanha disseram já ter sofrido ataques oriundos de um tal comportamento no local de trabalho, enquanto 78% declararam que já tinham sido testemunhas de uma tal situação. 
Na França, 30% dos empregados declararam estar sofrendo assédio moral no trabalho e 37% disseram ter sido testemunhas do assédio moral de um colega. O fenômeno abrange tanto homens (31%) quanto mulheres (29%), e tanto gerentes (35%) quanto operários (32%). E está presente da mesma forma nas empresas privadas (30%) e nas públicas (29%). 

No Brasil, o Assédio Moral é indenizável, no plano patrimonial e moral pelos gravames de ordem econômica (perda do emprego, despesas com médicos, psicólogos...) e na esfera da honra, da boa fama, do auto-respeito e da saúde psíquica e física, da auto-estima. Também permite a resolução do contrato (“rescisão indireta”), o afastamento por doença de trabalho e, por fim, quando relacionado à demissão ou dispensa do obreiro, a sua reintegração no emprego por nulidade absoluta do ato jurídico. 
Apesar de não haver uma lei específica que trate do Assédio Moral no Brasil, a Constituição Federal protege todas as suas vítimas já que assegura a dignidade humana, a cidadania, a imagem e o patrimônio moral do obreiro, inclusive com indenização por danos morais (art. 5º, V e X, da CF). 

Translate to English Translate to Spanish Translate to French Translate to German Translate to Italian Translate to Russian Translate to Chinese Translate to Japanese
Votação
O que você achou do nosso Site?
Otimo
Bom
Ruin
Ver Resultados

Rating: 2.9/5 (22 votos)




ONLINE
5




Partilhe esta Página



Ganhe Dinheiro Agora!

 

Professor e Operador Avarez

 

 

 

Trabalhar como operador de

telemarketing

é essencialmente um trabalho

que requer

relacionamento com pessoas,

seja para oferecer um produto,

realizar uma cobrança ou prestar

um serviço por telefone, o

 operador está o tempo

todolidando com pessoas.

 


 

Ganhe Dinheiro Agora!